O que é  Meditar?  Como fazer isso?

Meditação não é fazer ou querer alguma coisa, pelo contrário, é uma entrega voluntária para perceber a sua Presença, que difere do ego que te trouxe até o presente momento e vai te ajudar até o fim da sua caminhada terrena. É um instrumento valioso, mas, acredite, não é você.  A Presença te traz uma paz diferenciada, um olhar amoroso à vida e às pessoas, gratidão pelo momento vivido,  aceitação da vida como ela é, um entendimento amplo e sagaz, e muitas intuições.

Para meditar de fato é preciso treinar, observar a si mesmo durante a vigília, nas atividades que executa. É voltar a sua atenção para o corpo e suas sensações; está confortável?   Incomodado?  Será que precisa de algo, beber água?  Ir ao banheiro?  Está conversando inocentemente ou a conversa não lhe agrada?  Se sentiu ofendido?  Está ansioso para saber onde a conversa vai parar? Ok, continue a conversar ao mesmo tempo que observa o que fala, a sensação que as palavras que ouve acarreta,  e o impacto que produz suas palavras.  Está ouvindo ou reagindo?  Se reagindo, a que? E a respiração está tranquila ou acelerada?  E assim agir em outras atividades do dia.

É claro que durante esse treinamento seu pensamento passeia, e ao perceber que tirou o foco  de suas sensações, simplesmente traga-o de volta e continue a se observar. Com a prática seu pensamento vai vagar menos e o foco será fortalecido de maneira natural, sem exigências e cobranças.

Se for difícil essa observação, pode começar a fazê-lo  de outra forma:  Separe um tempo para você, escolha um local isolado onde não será acionado por telefone  ou pessoas,  com boa temperatura,  sem ruídos que o incomode, sente-se confortavel, recolhido a si mesmo, sem expectativa, receptivo, sem qualquer atividade física, evitando pensar nas questões do cotidiano, com a atenção voltada para si, para o corpo, testemunhando o que se passa internamente, sem criar questionamentos, conclusões e julgamentos. Começe com algumas respirações profundas pelo nariz, exalando pela boca, o que te trará tranquilidade.  Passe a observar as sensações de cada pedacinho do seu corpo, por ex, comece com os dedos do pé direito, com a pratica você passa a sentir uma palpitação nessa área, depois passa para os dedos do pé esquerdo, e assim por diante,  sem pressa, até chegar ao couro cabeludo, sempre atento à respiração e a  qualquer sensação que ganhe destaque.

Durante o processo quando perceber que foi tragado por algum pensamento, o que é comum acontecer,  volte a observar a respiração e continue atento as sensações de seu corpo.

A medida que a quietude mental aumenta, a percepção se aprofunda e se transforma; passa do nível de consciência de vigília à um nível mais elevado e sutil, onde a percepção não mais é captada pela mente, e sim por uma consciência mais íntima e profunda. Neste nível, novas camadas de saber vão se revelando, um estado de tranquilidade e foco se apresentam.

Com a prática é possível meditar em qualquer lugar, em qualquer situação, basta se concentrar no corpo, observando a respiração e as sensações, ao mesmo tempo que interage com o ambiente externo, sem julgamentos, sem se deixar envolver pelo que acontece. Assim sentirá a força do seu interior que não se deixa levar pela emoção, e irá perceber os acontecimentos de forma distanciada de sentimentos e julgamentos, e ao mesmo tempo ficará presente e atento a situação e em si, algo diferente e muito agradável te envolverá.

É importante ressaltar a diferença entre meditação e relaxamento. Ambos são importantes, mas os resultados são diferentes. O relaxamento diminui a tensão, leva a tranquilidade, ao sono, faz bem ao corpo. Já a meditação desperta outras camadas de percepção, traz uma mudança de atitude, um novo olhar para a vida, uma transformação. O relaxamento qualquer pessoa alcança com facilidade, já a meditação requer determinação e uma prática constante.

O que você tem a dizer de tudo isso?